A depressão é a doença que segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, será a mais comum nos próximos vinte anos.
Depressão não é tristeza
Tristeza é um sentimento natural, próprio da vida, e flutuante. Não estamos todo dia tristes ou todo dia felizes. Momentos de alegria e tristeza se alternam no mesmo dia. A depressão é doença e necessita de tratamento.
Ela é recorrente?
Sim. Quem teve um episódio depressivo tem cerca de 50% de chance de se deprimir novamente. Para quem teve dois episódios a possibilidade aumenta para 70%, se teve três episódios passa para 90%.
Depressão e Genética
Existe uma predisposição genética para a doença, mas não é determinante. A pessoa pode nascer com essa vulnerabilidade e não desenvolver a doença. Outros fatores podem desencadeá-la como um intenso stress físico ou psicológico.
Quais os sintomas da depressão?
Os sintomas da depressão podem ser diferentes entre as pessoas. Porém, há três características básicas que dão origem a vários sintomas. São elas:
Inibição psíquica: manifesta-se como uma lentidão dos processos físicos e psíquicos em sua globalidade e atividade corpórea. O indivíduo torna-se apático, desinteressado e desmotivado, com dificuldade em suportar tarefas do cotidiano. O comprometimento dos campos da consciência e da motivação resulta na dificuldade em manter um bom nível de memória, rendimento intelectual e atividade sexual.
Estreitamento dos interesses:
A perda da capacidade para sentir prazer acompanha o quadro clínico da depressão. Perde-se o prazer por todas as atividades antes prazerosas. O ponto mais alto desse fenômeno de perda do prazer é a anedonia, que é a incapacidade em sentir prazer por todas as coisas.
Sofrimento Moral
Manifesta-se através de sentimentos de autodepreciação, auto-acusação, inferioridade, incompetência, pecaminosidade, culpa, rejeição, feiura, fraqueza, fragilidade... A auto-estima é a imagem valorativa que a pessoa tem de si mesma e na depressão essa imagem está depreciada no aspecto que mais incomoda o paciente.
A doença tem cura?
Sim, com tratamento médico e psicológico. A depressão, como qualquer distúrbio mental é cercada de preconceito. No entanto, o paciente deve lutar contra o preconceito que ele possa ter em relação à essa doença, aceitá-la e enfrentá-la com tratamento adequado.
AS IDADES DA DEPRESSÃO
Pesquisa com 2 milhões de pessoas mostra que a felicidade da juventude retorna na velhice.
20 anos - a idade do otimismo
Os jovens são felizes e olham o futuro com confiança. Motivos:
Conquista da independência econômica com o primeiro emprego;
Perspectivas de se realizar profissionalmente;
Poder de decisão sobre a própria vida, sem responsabilidades familiares;
Visão romântica dos relacionamentos amorosos.
40 anos - o fundo do poço
O maior percentual de pessoas deprimidas ou infelizes se concentra nessa faixa. Motivos:
Frustração por metas não alcançadas;
Acúmulo de responsabilidades com o trabalho e a família;
Separação do cônjuge;
Medo de perder o emprego (e não conseguir recolocação)
70 anos - a surpresa
Entre idosos que gozam de boa saúde, o nível de felicidade volta a ser o mesmo dos 20 anos. Motivos:
Aceitação da trajetória percorida na vida;
Os fracassos são subestimados;
Diminuição das pressões familiares;
Satisfação por cuidar de si próprio, sem depender da ajuda alheia;
Sensação de dever cumprido.
Felicidade: o que se entende por isso?
Há dois sentidos na noção de felicidade: estar feliz e ser feliz. O primeiro é um estado de ânimo, que é circunstancial. O segundo decorre de uma avaliação que a pessoa faz sobre a vida, sobre o conjunto de sua trajetória, considerando os componentes afetivos, profissionais, espirituais, de relacionamento. As pesquisas apresentadas aqui dizem respeito a essa segunda dimensão, a do ser feliz.
Dinheiro traz felicidade?
Sim para as faixas de menor renda, para resolver problemas elementares e necessidades genuínas. O vínculo entre renda e felicidade diminui a partir de uma renda um pouco mais alta - cerca de 20 mil dólares anuais no caso do americano, o mais estudado. E volta a ficar forte quando a renda é mais elevada - cerca de 80 mil dólares anuais.
O que há por trás disso: à medida em que uma sociedade prospera, as pessoas passam a considerar muito mais a sua posição relativa do que o seu nível de bem-estar absoluto, ou seja, começam a se comparar muito mais com outras pessoas. Eles passam a competir pelos chamados bens posicionais, cujo valor não é a satisfação que trazem diretamente à pessoa, mas o fato de que os outros não os possuem.
Trabalho e felicidade
Aristóteles (filósofo grego) diz: "O prazer aperfeiçoa a atividade". Se você faz algo que gosta muito provavelmente vai se tornar muito bom na sua respectiva atividade. Vai conseguir reconhecimento inclusive monetário. Então, o segredo de uma vida bem conduzida está nessa convergência: achar uma atividade que garanta uma renda e encontrar nela uma fonte de satisfação, crescimento e um sentido de realização. Uma atividade que é um tormento em nome de uma renda no final do mês, conduz a estados depressivos.
Fonte: Dra. Alexandrina Meleiro e Professor Eduardo Giannetti da Fonseca
Qual a forma de tratamento pra quem não aceita que está doente?
ResponderExcluirAs vezes eu me sinto como se estivesse acuado. Não tenho vontade nem de sair da cama. Mas, graças a Deus, é só preguiça! E eu já encontrei uma atividade que me dá prazer. Me realizo dividindo o meu conhecimento, ministrando cursos. Só falta começar a ganhar dinheiro com isso...
ResponderExcluirJosy, não existe como tratar alguém que não quer se tratar. As pessoas mais próximas devem tentar ajudá-la, tentando conscientizá-la e convencê-la a procurar ajuda. Mas, infelizmente, nada acontece se a própria pessoa não desejar sair desse buraco negro!
ResponderExcluirRogerio, o dinheiro é consequência de competência e profissional competente é aquele que gosta do que faz, estuda muito e se dedica sempre. Vc já ouviu falar do CHA da competência? Conhecimento, Habilidade e Atitude. Depois disso, é só esperar o resultado financeiro, ele com certeza virá!
ResponderExcluirEvidentemente e falando como um leigo no assunto, existem casos e casos e não existe uma pessoa igual a outra. Falando particularmente e sobre o que se passa cá em casa: Estando nós incluídos no "sistema" (infelizmente),e portanto quando "ele" não tem pena nem compaixão por ninguém, levando em conta a tal depressão, pode parecer irônico, mas não temos tempo para "tal" coisa, pois as contas, compromissos e responsabilidades chegam todos os dias, todos os meses e estes não se pagam com depressões, internamentos ou coisas deste tipo, é bola prá frente(trabalho) e fé em Deus!!! Não esquecendo do que referi acima, há casos e casos!!!!!!!!!!!
ResponderExcluir* Parabéns pelo blog, se me permite estarei sempre que possa a segui-lo e comentando.
Obrigada Ricardo, contarei sempre com seus comentários para enriquecer o blog! Infelizmente, nem todas as pessoas possuem essa força interior, muitas vezes por uma história traumática, capaz de fazê-la superar todos os reveses da vida. Elas também possuem compromissos a cumprir, mas chegam em tal estado, que nada mais importa. Eu vivo isso em consultório e sinto o buraco negro em que ela se encontra, tendo que sair disso urgentemente, e sem motivação alguma para tal. Precisamos conscientizar as pessoas sobre essa doença, para que cada vez mais, elas busquem ajuda o quanto antes.
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